Senado aprova Medida Provisória para privatizar a Eletrobras
Apesar de o Governo Federal alegar que a conta de energia elétrica terá uma redução de 7,36% com a privatização da Eletrobras, entidades e especialistas do setor elétrico afirmam que, na verdade, a conta de luz pode ficar mais cara
Na última quinta-feira (17), o Senado aprovou a medida provisória para privatizar a Eletrobras, a maior empresa de energia elétrica da América Latina.
Os senadores fizeram mudanças no texto que havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, portanto, o texto será enviado aos deputados novamente para ser votado na próxima segunda-feira (21). Na terça-feira (22), o texto já perde a validade.
Entre as mudanças, foram incluídos “jabutis”: pautas que não tem relação com o objeto original da Medida Provisória.
Confira as pautas adicionadas pelo Senado e que, segundo especialistas, podem encarecer a conta de luz:
TERMELÉTRICAS: Essas usinas são mais caras, se comparadas as usinas eólicas, solares e hidrelétricas. Além disso, foi elevada a potência de 6 mil megawatts para 8 mil megawatts. Parlamentares querem implantar usinas termelétricas no Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país.
PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS: Para especialistas, a reserva de mercado contraria o princípio da livre concorrência nos leilões que, pela nova regra, devem contratar pelo menos 50% dessas pequenas centrais.
INCENTIVO A FONTES ALTERNATIVAS: Os contratos do Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica foram prorrogados por mais 20 anos, o que é motivo de crítiva de especialistas que acreditam que o atual preço já superior ao valor de mercado, pago pelos consumidores.
Apesar de o Governo Federal alegar que a conta de energia elétrica terá uma redução de 7,36% com a privatização da Eletrobras, entidades e especialistas do setor elétrico afirmam que, na verdade, a conta de luz pode ficar mais cara.
“Ficamos estarrecidos com o que foi aprovado na Câmara e com que o Senado está mudando. Botar termelétrica na região Norte é desnecessário. É uma região que tem mais geração de energia do que consumo”, disse Filipe Soares, porta-voz do grupo União pela Energia.
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