Pesquisas mostram tipos de preconceitos vividos no mercado de trabalho

Além da competição pela vaga, muita gente sofre para se manter em seus empregos e passa por situações preconceituosas por causa da idade, por serem negros ou porque são mães de crianças pequenas


Entrar para o mercado de trabalho sempre foi sinônimo de competição. Atualmente, é preciso ter muitas habilidades para garantir uma vaga, seja falar uma segunda língua ou ter feito um estágio.

Mas, se manter no mercado de trabalho é ainda mais difícil. Além da competição não terminar, pois todos querem sobreviver, existe a questão da crise econômica e existem os preconceitos, que podem afetar a saúde mental e o bolso da população que precisa trabalhar.

De acordo com uma pesquisa da empresa de recrutamento Infojobs, 70,4% dos profissionais com mais de 40 anos já sofreram preconceito, no mercado de trabalho, por causa da idade.

Além disso, para 78,5% dos entrevistados na pesquisa, as empresas não dão as mesmas chances para profissionais mais jovens e os que tem mais de 40 anos. Com isso, 27% acreditam que precisam se atualizar para competir com a nova geração e 68,4% dizem que cursos de capacitação nem sempre são suficientes para garantir o emprego.

“O que acontece é que, mesmo sabendo que esses profissionais vão agregar no dia a dia, muitos recrutadores, e até mesmo empresas, ainda têm em mente que pessoas mais velhas não são mentalmente ágeis, não lidam bem com mudanças e não têm energia, conceitos que estão totalmente ultrapassados e devem ser ressignificados”, afirma Ana Paula Prado, country manager do InfoJobs.

Também há outro tipo de preconceito no mercado de trabalho: o racismo.

Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, 52% dos profissionais negros já sofreram preconceito no local onde trabalham. E pode haver mais pessoas, já que o Ministério Público do Trabalho (MPT) avalia que há subnotificação.

“Mas o que notamos, em geral, é que uma situação de racismo no ambiente de trabalho não é uma questão individual, pois afeta a todos os trabalhadores. É um paradigma que precisamos quebrar. Deveria ser tratado sempre como um dano coletivo”, acrescenta Ana Lúcia Stumpf González, vice-coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho do MPT.

Mães também são vítimas de preconceito no mercado de trabalho. De acordo com o IBGE, apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos que têm filhos de até três anos estão empregadas. As mães negras representam percentual menor: 49,7%.

Por outro lado: 89,2% dos homens com filhos pequenos têm emprego e 83,4% não tem filhos.

“É uma questão de cultura. Acredita-se muito que os filhos precisam da mãe nesta primeira infância e que apenas ela é responsável pelo cuidado deles. Além disso, é comum pensar que as profissionais não entregarão o desempenho esperado quanto às demandas”, pontua Ana Paula Ferraz, executiva de carreiras da MamaJobs.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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