Inflação nos supermercados fecha 2023 em 1,02%


Índice de Preços calculado pela APAS teve alta de 1,20% em dezembro, puxada pela alimentação


O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fipe, registrou inflação de 1,20% em dezembro, resultado influenciado pela alta no setor de alimentos (1,50%). Dentro deste segmento, os produtos in natura apresentaram a maior inflação no mês (6,33%), seguidos por bebidas não alcoólicas (1,52%), produtos semielaborados (0,89%), industrializados (0,80%) e bebidas alcoólicas (0,74%). Por outro lado, houve deflação mensal nos artigos de limpeza (-0,44%) e artigos de higiene e beleza (-0,21%). 

“O resultado do IPS de dezembro acelerou quando comparado ao mês de novembro (0,74%) e com relação a dezembro de 2022 (1,0%). No acumulado do ano, no entanto, o índice terminou com alta de 1,02%, marginalmente acima do que a APAS estimava – inflação de 0,85% no ano, o que significaria o menor patamar desde 2017”, comenta Felipe Queiróz, economista-chefe da instituição. 

Para este ano, a APAS projeta que a inflação nos supermercados acelere e encerre o ano em 4,5%. A perspectiva projetada pela associação considera os fatores provenientes do cenário externo e das alterações climáticas sobre o comportamento dos preços. São eles:

  1. Guerra da Ucrânia: A guerra entre Rússia e Ucrânia está longe de um fim e, do ponto de vista econômico, deve ainda provocar volatilidade nos preços internacionais de grãos, fertilizantes e combustíveis. O início do inverno no Hemisfério Norte tende a impactar na cotação do petróleo e do gás natural principalmente em decorrência do aumento da demanda europeia que tem como principal fornecedor a Rússia.
  2. Guerra no Oriente Médio. O conflito entre Israel e Hamas também parece distante de uma solução. Pode ainda escalar caso outros atores globais envolvam-se para auxiliar qualquer dos lados do confronto. As incertezas afetam diretamente os preços dos ativos nos mercados financeiros globais.
  3. Frete internacional. Os recentes ataques no Mar Vermelho por grupos iemenitas têm provocado aumento nos preços dos fretes internacionais, o que tem provocado pressões inflacionárias na cotação internacional do petróleo. Aumentos nos fretes internacionais podem disseminar inflação para o mundo.
  4. Alterações climáticas. O ano de 2024 deve ser marcado pelo fenômeno do El Niño, o que tem impactado sobremaneira a produção agrícola com atrasos no plantio de diversos grãos. Seja pela seca em algumas regiões, seja pelo excesso de chuvas, há expectativa de que as safras mundo afora sejam prejudicadas, o que deve provocar uma pressão inflacionária sobre alimentos e seus derivados.
  5. Cenário macroeconômico externo. Os dados de desemprego dos Estados Unidos (positivos) lança dúvidas se o aperto monetário realizado pelo FED (Banco Central dos Estados) terminou. Ademais, o país enfrentará eleições presidenciais em novembro, o que deve movimentar os mercados. A desaceleração da economia da China, a política monetária europeia e as eleições do Parlamento Europeu também podem ter impactos globais. Vale mencionar que a eleição de Javier Milei na Argentina pode impor dificuldades no comércio bilateral.
  6.  


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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