Em pesquisa, mulheres afirmam ter menos oportunidades de trabalho que os homens
Além da desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, muita gente não consegue encontrar emprego perto de casa, sendo que a carteira assinada é o item mais importante no momento de enviar o currículo para uma empresa
De acordo com a pesquisa “Trabalho e Renda”, da Rede Nossa São Paulo, cresceu a percepção entre as mulheres paulistanas de que há no mercado de trabalho menos oportunidades de emprego para o público feminino do que para o masculino. Esse crescimento foi de 47% em 2019 para 56% em 2020.
Além disso, muitas pessoas notaram que quase não há emprego perto de casa. Quem mais relata isso são os moradores da Zona Sul (68%).
Um dos principais reflexos econômicos da pandemia está na renda: quatro em cada 10 paulistanos tiveram diminuição da renda nos últimos 12 meses, sendo que entre os moradores das regiões Leste e Sul a percepção (%) de diminuição da renda cresceu em comparação com 2019. Na Zona Sul, 43% afirmaram que diminuíram a renda e apenas 14% sentiu aumento. Moradores do Centro tem o maior percentual de estabilidade na renda.
Também por causa da pandemia da Covid-19, praticamente metade dos paulistanos fizeram algum bico para complementar a renda no último ano, sendo que serviços gerais foi o trabalho mais frequente, seguido da produção de alimentos para vender, produção de artesanato e serviço de beleza. Moradores da região Oeste são os que menos precisaram complementar a renda.
No geral, a alimentação foi o item que mais pesou no orçamento de 50% dos entrevistados em 2020. Também sentiram impacto no aluguel, na saúde (exames, convênio), educação e transporte.
Entre os 800 entrevistados, 15% estão desempregados, sendo que quatro em cada 10 estão sem emprego há pelo menos um ano. No geral, a carteira assinada é o item mais importante no momento de procurar um trabalho. Mas, para 46% dos que moram na Zona Sul o mais importante é o valor do salário, assim como os benefícios (43%), a carga horária (32%) e a localização (30%).
A pesquisa também revela que a cada cinco paulistanos, dois gostariam de ser empreendedores em dois anos. Na Zona Sul, essa vontade foi confirmada por 39% das pessoas.
“A pesquisa mostra que o nível de desemprego na cidade de São Paulo é muito próximo, um pouco maior, do que o que está se mostrando no Brasil como um todo, mas é a mesma ordem de grandeza. O impacto disso nas cidades é direto. Existe uma clara tendência de queda na renda das pessoas. É muito grande o número de pessoas que teve um impacto negativo”, afirma Jorge Abrahão, coordenador da Rede Nossa SP.
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