Após desavenças com o Governo Federal, presidente do Banco do Brasil pede demissão
De acordo com economistas do mercado financeiro, a saída de André Brandão não é um bom sinal para a agenda liberal defendida pelo Ministério da Economia. O presidente que assume então, em 1º de abril, já foi escolhido e será o atual diretor da BB Administradora, Fausto de Andrade
Na última quinta-feira (18), o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, renunciou ao cargo. O pedido tem efeito a partir do dia 1º de abril.
André Brandão foi a nona pessoa a ocupar uma posição estratégica na equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, a deixar o cargo. O agora ex-presidente do BB ficou nessa posição por seis meses e, neste período, teve desavenças com o presidente da República, Jair Bolsonaro, por um plano de fechar 200 agências e de criar um programa de demissão voluntária que cortaria cinco mil vagas.
De acordo com economistas do mercado financeiro, a saída de André Brandão não é um bom sinal para a agenda liberal defendida pelo Ministério da Economia. “O que é ruim é que o discurso fica truncado. De um lado, tem a equipe econômica defendendo o liberalismo e do outro tem o presidente tendo que enfrentar pressões políticas e tomando decisões que acaba não referendando tanto a agenda. Isso é que gera mal-estar no mercado”, acredita André Perfeito, economista-chefe da Necton.
O presidente que assume então, em 1º de abril, já foi escolhido e será o atual diretor da BB Administradora, Fausto de Andrade.
Servidor do Banco do Brasil desde 1988, Fausto de Andrade é formado em Direito e Administração de Empresas, com especialização em Economia.
“O nome do Fausto não é consenso. Apesar de ter formação técnica sólida e ser um executivo de carreira, existe um medo de que a indicação tenha sido motivada por questões políticas. Temos que avaliar os primeiros momentos da gestão dele”, destacou Pedro Lang, head de renda variável da Valor Investimentos.
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